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Eventos: VIII Encontro CITCEM: Em Tempos de Guerra…
CITCEM_programa_04_11_2019

Local:

FLUP- Anfiteatro Nobre

Data início:

20/11/2019

Data fim:

22/11/2019

Horário:

10:00

Organização:

CITCEM/FLUP

Grupo de Investigação Associado

Tipo de Evento:

Encontro

VIII Encontro CITCEM: Em Tempos de Guerra...

Prosseguindo a sua vocação transdisciplinar, e procurando articular ciência e sociedade, o CITCEM elege o tema “Em tempos de Guerra…” para o seu VIII Encontro. O objetivo é o de promover um debate científico alargado sobre a forma como contextos de guerra e de risco iminente interferem na produção de conhecimento e de ciência, bem como na gestão e preservação (ou aniquilamento) de memórias e de patrimónios.

Partindo da triangulação entre ideologia, política e ciência, o VIII Encontro CITCEM abre portas para um debate transversal, no TEMPO e no ESPAÇO, acerca do impacto da guerra em todas as áreas de produção e circulação de conhecimento, de informação e de cultura visual, literária e científica.

O tema suscita reflexões sobre um número quase infinito de tópicos de análise e a participação de especialistas nas mais variadas áreas, desde as Ciências Sociais e Humanas, as Artes e as Ciências Aplicadas ou as ligadas à Genética ou às Ciências da Vida.

 

Entre os eixos temáticos passíveis de ser abordados incluem-se:

Património em risco/ iconoclasmo/ resiliência/ reabilitação constituem áreas passiveis de exploração. Neste eixo cabe a análise não só das destruições decorrentes diretamente de atos de guerra, mas também da criação e/ou apropriação de patrimónios no contexto de regimes totalitários e o seu percurso posterior.

Produção artística e cultural. Aqui podem destacar-se as purgas, os “autos-de-fé”, nas universidades alemãs, por exemplo, a revolução cultural de Mao e, sobretudo, o furto de obras de arte no contexto de guerra, como ocorre com as Invasões Napoleónicas e a Segunda Guerra Mundial. Incluem-se também formas de “eugenia artística” inerente ao conceito de Arte Degenerada (Entartete “Kunst”) Nazi, que destituía o estatuto de arte às produções dos “inimigos do Estado”, alimentando redes de mercado de arte ou a sua destruição após mostras pedagógicas que informavam o público dos seus “perigos”.

Propaganda. Vejam-se os documentários, cartoons e filmes de ficção de propaganda política ou de guerra; os documentários pedagógicos; os documentários sobre o Holocausto; etc. Destaca-se ainda as perspetivas à margem do discurso oficial, com filmes pacifistas como J’Accuse de Abel Gance (1919) ou a série de gravuras Desastres da Guerra de Goya.

Tecnologias digitais como meio de preservação, monitorização e gestão de patrimónios, e em determinados casos, territórios não acessíveis por problemas de instabilidade e insegurança.

Trabalho de campo, nomeadamente no âmbito da Arqueologia e Antropologia. As reportagens de guerra e a prática do jornalismo em tempos de guerra são áreas de reflexão de elevada pertinência, dada as suas incidências nas condições reais do exercício de funções inerentes.

Produção de memórias históricas ou ativação de formas de damnatio memoria. Manipulações ideológicas que conduziram a, ou induziram atos de guerra, bem como a forma como as narrativas históricas são condicionadas de forma a promover, combater, ou condicionar processos envolvidos em intuitos ou campanhas de guerra. Ideologia, nacionalismo e totalitarismo são eixos interconexos neste debate.

Representações da guerra na literatura. Imagens da guerra e dos seus efeitos; literatura de propaganda e de resistência; conceitos de guerra e de guerreiro em distintos contextos socioculturais.

Práticas de religiosidade e formas de crença. Circuitos de peregrinação em tempos e contextos de guerra. Tolerância e intolerância religiosa. A religião como propulsora de atos e campanhas de guerra.

Justiça, direito e ética. A atuação e intervenção de tribunais internacionais em casos de crimes contra a humanidade ou contra o meio ambiente. Os processos de reconhecimento da amnistia e de perdão. As experiências históricas de testemunhos.

Economias de guerra. Área passível de contemplar, tanto as soluções inerentes às «economias de guerra» propriamente ditas, incluindo os complexos industriais-militares, como o saber viver em tempos de guerra através, por exemplo, de formas de economia informal, doméstica e familiar.

Urbanismo e formas de organização do espaço e do território. O uso do Urbanismo como forma de representação de poderes hegemónicos (ex.: Welthauptstadt Germania) ou a conceção de um “urbanismo subterrâneo”, de sobrevivência (vejam-se os bunkers, testemunhos ainda hojepersistentes testemunhos em cidades cosmopolitas atuais), as trincheiras, os túneis Vinh Moc (Vietnam).

Ciências aplicadas, engenharia civil, engenharia eletrónica e de computadores, indústrias químicas, indústrias de armamento, imagiologia, tecnologias de comunicação e de vigilância, relacionados com serviços de inteligência são também áreas passíveis de exploração.

Produção científica na área da Genética, da Medicina, da Psiquiatria, da Antropometria, da Biologia e da Epidemologia.

Monitorização e ação sobre os impactos das guerras atómicas e biológicas sobre a biodiversidade (agente laranja, Hiroshima, Nagazaki, …).

PROGRAMA

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