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Eventos: Congresso “Guerra, Revolução e Retorno: 50 anos depois, a memória de um Portugal europeu, democrático – e descolonizado?”
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Local:

FLUP

Data início:

05/12/2024

Data fim:

06/12/2024

Horário:

Organização:

CITCEM

Grupo de Investigação Associado

Tipo de Evento:

Congresso

Congresso "Guerra, Revolução e Retorno: 50 anos depois, a memória de um Portugal europeu, democrático - e descolonizado?"

Congresso “Guerra, Revolução e Retorno: 50 anos depois, a memória de um Portugal europeu, democrático – e descolonizado?”

Faculdade de Letras da Universidade do Porto, 5-6 de dezembro

 

PROGRAMA

 

5 de Dezembro, quinta-feira.

FLUP: Anfiteatro Nobre

 

09:30 Abertura

10:00 – 11:15 O fim do Império: dinâmicas internacionais da democracia

Gonçalo Margato (ISCTE-IUL) – Concepções (nada) imaculadas: continuidades coloniais na opção europeia da democracia portuguesa

Gabriela Azevedo (CEPED-UERJ/(IS-UP)/Sandra Silva (UNEB) – Violência e vigilância – redes, sentidos, mudanças e permanências na triangulação lusófona América-África- Europa em ditadura e democracia

Adriana Esteves (Lab2PT/UM)/Bruno Madeira (UM/CITCEM) – De Portugal para o Mundo: os estudantes portugueses e a educação soviética (1976-1995)

11:30 – 12:45 Os combatentes da Guerra Colonial, ontem e hoje

Carolina Ribeiro (FLUP) – O que resta da Guerra Colonial: Os traços urbanos e o processo de construção de identidade dos ex-combatentes

Daniel Filipe Soares da Silva (FLUP) – Na fronteira do esquecimento – a memória dos combatentes da Guerra Colonial Portuguesa

Luís Grosso Correia (CIIE/FLUP) – “Lágrimas de guerra” do alferes, oposicionista e advogado Mário Brochado Coelho (1963-1974)

12:45 – 13:45 Almoço

 

13:45 – 14:45 Keynote: Julião Soares Sousa (CEIS20/UC) – Guerras, revolução e descolonizações: velhas narrativas e novos olhares a partir de uma perspetiva pós-colonial

15:00 – 16:15 Narrativas coloniais e ditatoriais portuguesas

Cybelle Mendes (UFRGS/LAPPACS) – Fome, medo e memória coletiva – Narrativas audiovisuais (de)coloniais e democráticas

Libânia Pinto (Lab2PT/UM)/Fátima Moura Ferreira (Lab2PT/UM) – Dominação colonial através do olhar: análise das narrativas visuais a partir das fotografias da Companhia de Diamantes de Angola (Diamang), 1960-1969

Luísa Veloso (ISCTE/CIES) e Cláudia Dias – DES: memórias, desmemórias e rememórias vertidas em palco

16:30 – 17:45 Descolonização e rememoração

João Paulo Avelãs Nunes – Portugal hoje e a memória sobre a segunda metade do século XX. A função da historiografia e de tecnologias de base científica também dela derivadas

Amanda Oiza Bucknor (STSGU/ISCTE) – Who’s Story? – a perspective on transformation of colonial narratives in lisbons urban space

Lígia Ferro (IS-UP/FLUP), Beatriz Lacerda (IS-UP/FLUP), Lydia Matthews (The New School EUA), Susan Meseilas (Magnum Photos-EUA) – Travessia nas ruas do Porto: Um projeto colaborativo para descolonizar a cidade

18:00 – 19:00 Apresentação Livro 25 de Abril. Revolução e mudança em 50 anos de memória de Manuel Loff (IN2PAST/FLUP) e Miguel Cardina (CES/UC).

Apresentação: Sílvia Correia e Núcleo Académico de História da Universidade do Porto.

 

6 de Dezembro, sexta-feira

 

FLUP: Sala de Reuniões 2

 

11:00 – 12:15 Nostalgias imperiais, novos e velhos usos

Gil Duarte Ribeiro (FLUP) – Baunilha e Chocolate: nostalgia colonial no Festival RTP da Canção (1964-1998)

Fábio Silva (NOVA FCSH)) – A Memória do Império Colonial: Indígenas e Identidades Híbridas

Afonso Silva (CEDID-UAB/IHC-NOVA FCSH) – Os usos do passado revolucionário na nova extrema-direita nacionalista

12:30 – 13:30 A Fé e o império. A religião perante Abril

Elsa Pereira (IS-UP/FLUP) – (R)evoluções de Fé, pelos Olhos das Mulheres: como a Revolução de Abril e a Queda do Colonialismo influenciaram as práticas religiosas em Portugal e África

Patrícia Freitas (CITCEM/FLUP) – «A África continua a chamar por nós»: a hierarquia católica e a imprensa diocesana no dealbar da Guerra Colonial

13:30 – 14:30 Almoço

 

14:30 – 16:00 Resistência e Discurso: das guerras de libertação nacional ao pós-independência

Eduardo Esteves (NOVA FCSH) – As últimas eleições do Moçambique colonial (1973): limitações do marcelismo colonial e hierarquias raciais de poder

Libânia Pinto (Lab2PT)/Francisco Azevedo Mendes (Lab2PT/UM) – Os editoriais do Nô Pintcha no processo de construção de memórias oficiais na Guiné-Bissau, 1975-1991.

José Luis Moreno-Perez (U. Sevilha) – La intervención de la CIA y el activismo estudiantil angoleño y mozambiqueño contra el régimen colonial portugués y el Estado Novo en los años sesenta

Neo-Aidan H. O. Allert (U. Cambridge) – Return to the Source: Reclaiming Amílcar Cabral’s Critical Hermeneutics for a Post-Revolutionary, Postcolonial Portugal

 

FLUP: Anfiteatro 2

09:30 – 10:45 1974 – 1976: o retorno

Estefânia Magalhães (UM)/Bruno Madeira (UM/CITCEM) – O conflito da memória pessoal e da metanarrativa histórica na experiência colonial portuguesa. A vivência de três portugueses nos territórios africanos ocupados, 1955-1976

Fernando Tavares Pimenta (CEHA-Alberto Vieira)/Odete Souto (CEHA-Alberto Vieira) – De África para a Madeira: memórias do “retorno” e do processo de integração dos deslocados da descolonização portuguesa

Bruno Góis (CEEC/FLUL/ICS) – Portugueses retornados e 25 de abril: memória com classe, género e raça

11:00 – 12:15 Memórias de um Portugal europeu

Alice Cunha (IPRI – NOVA FCSH) – Portugal Pós-Imperial e Pró-Europeu: os debates políticos sobre a nova inserção internacional do país em democracia

Pedro Ponte e Sousa (UPT/IPRI) – Redefining Portugal from Empire to Europe: national identity through foreign policy aspirations of elites and decision-makers

Clara Isabel Serrano (CEIS20/UC) – A ponta d’A Jangada de Pedra: a integração europeia nos manuais de História do 9.o ano de escolaridade (1975-2022)

12:30 – 13:30 Verão Quente e Reforma Agrária

Lucas Frucci (Lab2PT/UM), Bruno Madeira (UM/CITCEM), Fátima Moura Ferreira (Lab2PT/UM) – Do “Verão Quente” ao 25 de Novembro de 1975, violência e contrarrevolução em Famalicão: um olhar a partir da imprensa local

João Pedro Soares (ICNOVA/NOVA FCSH) – Ocupações: os campos do Sul e a reforma agrária em “Linha Vermelha” (2011)

13:30 – 14:30 Almoço

 

14:30 – 16:00 Memória e historiografia – interconexões atlânticas

Carla Ribeiro – O direito à memória: o papel da sociedade civil na valorização da luta dos resistentes ao regime ditatorial do Estado Novo

Isabela Ramos (CITCEM) – Uma narrativa museológica da Guerra de Libertação Nacional: continuidade ou rutura do discurso colonial na identidade nacional portuguesa?

Eduardo Duque/Ana Lima de Assis – Uma expressão do legado e memórias coloniais a partir da diáspora africana ocorrida no Brasil

João Gonçalves – O passado que se quer esquecer: África, Guerra Colonial Portuguesa (1961-1974) e Descolonização na Resenha Histórico-Militar das Campanhas de África (1988-1990)

16:15 – 17:30 Keynote: Elsa Peralta (CEComp) – A Revolução de Abril e o fim do Império: memórias em conflito no Portugal pós-colonial

 

Comissão Organizadora: Ana Sofia Ferreira (FLUP e IS-UP), Bruno Madeira (UM e CITCEM), Carlos Martins (IUE, Florença), Manuel Loff (FLUP e IHC-NOVA-FCSH/IN2PAST), Sérgio Neto (FLUP e CITCEM), Sílvia Correia (FLUP e IS-UP)

 

Os 50 anos das últimas transições democráticas da Europa ocidental (Portugal, Espanha e Grécia) cumprem-se num tempo presente caracterizado por uma deriva antidemocrática sem precedentes desde há décadas e pelo questionamento sistemático de alguns dos pressupostos sociais, políticos e económicos que caracterizaram a democracia desde o fim da II Guerra Mundial – entre outros, a consagração efetiva do direito à autodeterminação e da exigência política e moral da descolonização. A discussão pública, com inevitável dimensão política, que presentemente se desenvolve em torno do significado do 25 de Abril de 1974 prova, por um lado, que a passagem do tempo por si só não empresta consensualidade à interpretação das mudanças históricas, e, por
outro, como é permanentemente relevante o debate académico rigoroso, crítico e apoiado num trabalho de reflexão e investigação históricas abrangentes.

Esse debate e essa investigação são ainda mais urgentes considerando que, no momento em que se comemoram 50 anos da Revolução dos Cravos, continuam a imperar narrativas simplistas que informam o debate político no presente, incapazes de uma análise de fundo e de longa duração daquilo que foram, são, e continuarão a ser no futuro, as grandes transformações desencadeadas pelo movimento militar conduzido pelo MFA. Em 2024, muito do debate público continua dependente de motivações comemorativas ou depreciativas, ignorando muito de como o Portugal democrático de hoje foi e é moldado: pela violência da colonização diferente (“lusotropical”); pela violência de 13 anos de Guerra Colonial e suas profundas consequências; por um biénio (1974/1976) de transformações sem precedentes na história contemporânea portuguesa (revolução social, política e económica, e fim da dominação colonial);
por uma descolonização complexa, geradora de novas nações e de regressos; pelo fim, efetivo, de cinco séculos de história imperial; pelo regresso de milhares de retornados, combatentes e os seus processos de (re)integração social e económica; e finalmente pela memória, individual, coletiva, mas também política, uma memória de Abril sempre disputada, do Estado Novo, do colonialismo e da resistência democrática antifascista.

Partindo de uma preocupação em pensar os usos do passado, este congresso propõe-se debater em torno da experiência, representação e rememoração da violência quer do passado colonial em Portugal, quer do processo de descolonização. Assim, procurar-se-á identicamente dar centralidade à Guerra Colonial, questionando o seu significado de rutura ou de continuidade estrutural, e sua interpretação e influência na realidade pós-colonial da ex-metrópole e das ex-colónias. Finalmente pretende-se discutir o lugar da Revolução de Abril nesta história não só como o grande catalisador de mudança, mas também como como consequência direta da violência colonial e como pedra basilar de uma sociedade democrática pós-colonial em permanente tensão com o seu passado.

Linhas Temáticas:

• O colonialismo tardio português dos anos 1960 e 1970, o canto do cisne da “Missão Civilizadora”: desenvolvimento do território e “conquista” das populações;

• A violência como legado: o impacto duradouro da violência colonial no processo político português e africano antes e depois de Abril;

• A relação entre a Guerra Colonial, o fim do Estado Novo e a Revolução dos Cravos;

• 25 de Abril de 1974, de África até ao Carmo: a preponderância africana e do passado colonial nos destinos portugueses;

• Legados e memórias coloniais para a posteridade democrática: ex-combatentes, retornados. (re)integração social económica e política num contexto revolucionário;

• Três dimensões memoriais paralelas: a memória da Guerra, a memória da Revolução, a memória da descolonização;

• As narrativas históricas e políticas do regime democrático português, nomeadamente na sua abordagem ao colonialismo, ao fim do império e ao fim do Estado Novo;

• O fim do império e a Europa: a integração europeia e as novas identidades nacionais;

• Portugal visto de África: a perspetiva das ex-colónias;

• As relações com os países independentes: os legados do colonialismo em Portugal e em África;

Envio de propostas de comunicação:

A organização não cobra inscrições.
Comissão Organizadora: Ana Sofia Ferreira (FLUP e IS-UP), Bruno Madeira (UM e CITCEM), Carlos Martins (IUE, Florença), Manuel Loff (FLUP e IHC-NOVA-FCSH/IN2PAST, Sérgio Neto (FLUP e CITCEM), Sílvia Correia (FLUP e IS-UP)


Congreso “Guerra, Revolución y Retorno: 50 años después, la memoria de un Portugal europeo, democrático – ¿y descolonizado?”

 

El 50º aniversario de las últimas transiciones democráticas en Europa Occidental (Portugal, España y Grecia) tienen lugar en un momento caracterizado por una deriva antidemocrática sin precedentes desde hace décadas y por el cuestionamiento sistemático de algunos de los supuestos sociales, políticos y económicos que han caracterizado la democracia desde el final de la Segunda Guerra Mundial – entre otros, la consagración efectiva del derecho de autodeterminación y la exigencia política y moral de la descolonización. El debate público, con su inevitable dimensión política, que está teniendo lugar actualmente en torno al significado del 25 de Abril de 1974 demuestra, por un lado, que el paso del tiempo por sí solo no presta consenso a la interpretación de los cambios históricos y, por otro, que el debate académico riguroso y crítico, apoyado en una reflexión y una investigación históricas exhaustivas, está permanentemente de actualidad.

Este debate y la investigación son tanto más urgentes cuanto que, en el momento en que se conmemoran los 50 años de la Revolución de los Claveles, narrativas simplistas siguen informando el debate político, incapaces de un análisis profundo y a largo plazo de lo que fueron, son y seguirán siendo en el futuro las grandes transformaciones desencadenadas por el movimiento militar
liderado por el MFA. En 2024, gran parte del debate público sigue dependiendo de motivaciones en línea con la herencia del 25 de Abril, o, por el contrario, que le son abiertamente hostiles, ignorando en gran medida cómo el Portugal democrático de hoy fue y es moldeado por la violencia de una colonización que se creía diferente (“lusotropical”); por la violencia de 13 años de Guerra Colonial y sus profundas consecuencias; por un bienio (1974/1976) de transformaciones sin precedentes en la historia contemporánea portuguesa (revolución social, política y económica, y fin de la dominación colonial); por una descolonización compleja, generadora de nuevas naciones y de retornos; por el fin efectivo de cinco siglos de historia imperial; por el regreso de miles de retornados, combatientes y por sus procesos de (re)integración social y económica; y, por último, por la memoria, individual, colectiva, pero también política, una memoria siempre disputada de Abril, del Estado Novo, del colonialismo y de la resistencia democrática antifascista.

Partiendo de la reflexión sobre los usos del pasado, este congreso pretende debatir sobre la experiencia, la representación y el recuerdo de la violencia, tanto en el pasado colonial de Portugal como en el proceso de descolonización. También se centrará en la Guerra Colonial, cuestionando su significado como ruptura o continuidad estructural, y su interpretación e influencia en la realidad poscolonial de la antigua metrópoli y de las antiguas colonias. Por último, se busca debatir el lugar de la Revolución de Abril en esta historia, no sólo como gran catalizador del cambio, sino también como consecuencia directa de la violencia colonial y como piedra angular de una sociedad democrática poscolonial en permanente tensión con su pasado.

Líneas Temáticas:

– El tardocolonialismo portugués de los años 60 y 70, canto del cisne de la “Misión Civilizadora”: desarrollo del territorio y “conquista” de las poblaciones;

– La violencia como legado: el impacto duradero de la violencia colonial
en el proceso político portugués y africano antes y después de Abril;

– La relación entre la Guerra Colonial, el fin del Estado Novo y la Revolución de los Claveles;

– 25 de Abril de 1974, de África al Largo do Carmo: la preponderancia de África y del pasado colonial en los destinos portugueses;

– Legados coloniales y memorias para la posteridad democrática: excombatientes, retornados, (re)integración social, económica y política en un contexto revolucionario;

– Tres dimensiones memoriales paralelas: la memoria de la Guerra, la memoria de la Revolución, la memoria de la descolonización;

– Las narrativas históricas y políticas del régimen democrático portugués, especialmente en su aproximación al colonialismo, el fin del imperio y el fin del Estado Novo;

– El fin del imperio y Europa: integración europea y nuevas identidades nacionales;

– Portugal visto desde África: la perspectiva de las antiguas colonias;

– Las relaciones con los países independientes: los legados del colonialismo en Portugal y África;

 

La organización no cobra por la inscripción.

 


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