O património é uma herança viva, pelo que depende do seu contínuo reconhecimento e valorização, os quais ditarão a sua permanência, ressignificação ou perda. Ao longo do tempo, a própria acessão de património vai sofrendo alterações, passando do monumento enquanto elemento portador de memória e do bem que é legado entre gerações, contribuindo para preservar identidades e heranças culturais, até à inclusão de diversas categorias patrimoniais que testemunham a diversidade cultural e a ação humana num determinado contexto.

Assim, deparámos enquanto paradigmas com o surgimento de novos patrimónios e a ressignificação/reutilização de antigos, levando-nos a indagar acerca do que é e do que poderá ser património (o complexo de Noé apontado por Françoise Choay) e como é que o devemos abordar. Note-se que, por vezes, a conservação do património passa pela atribuição de novos usos, devendo-se para tal adaptar os bens a novas realidades e hábitos, atendendo igualmente à premência da sustentabilidade e à resposta a problemas como a gentrificação, turistificação, totemismo (fetichismo patrimonial) e o fachadismo. Por outro lado, somos alertados para a democratização cultural, estabelecendo-se novas pontes entre o património e as comunidades, novas formas de comunicar e novos discursos patrimoniais. Ainda, releva-se o património digital enquanto categoria emergente, convocando para o debate os meios para a sua salvaguarda e o lugar da inteligência artificial no património, conduzindo igualmente para o questionamento sobre a virtualização patrimonial.

Por este motivo, convidam-se os interessados a repensar o património no século XXI, através da partilha conjunta de diferentes perspetivas. Neste sentido, desafia-se a apresentação de propostas enquadradas em três áreas temáticas:

• Novos usos do património
• Democratização do património
• Património Digital

O ENEP admite a submissão de propostas para comunicação em formato oral ou póster, bem como o relato de experiências.