Proponente da sessão: Ana Cristina Sousa (FLUP), Grupo de Investigação CITCEM: Património Material e Imaterial

Título/Tema geral da sessão: Materialidade, ornamento e objetos

Resumo da Sessão: Em sintonia com as mais recentes tendências da historiografia da arte, nesta sessão pretende-se demonstrar como os objetos são fontes indissociáveis para o conhecimento do passado. Objetos que apelidamos na atualidade como artísticos e que se exibem, descontextualizados, nos museus ou nos tesouros das igrejas, foram criados para assumir uma função da qual deriva o seu significado. Os materiais, as formas e as imagens a eles associados são parte integrante da época que os concebeu, projetando as tendências económicas, sociais, técnicas e culturais desse tempo. Pelas suas características formais e estéticas, os objetos constituem um estímulo aos sentidos de todos os que os usam, observam ou usufruem deles, condicionando, também, pela sua presença e materialidade, os espaços a que pertenceram. Reclama-se, assim, um estudo holístico dos objetos, que agregue a encomenda, espaços de produção e formação artística, bem como as características técnicas, formais e ornamentais enquanto realidades representativas de um tempo e lugar. As quatro propostas reunidas nesta sessão intentam a reflexão em torno das constatações expostas, numa cronologia que decorre entre os séculos XVI ao XX. Anastasia Sazontieva apresenta o tema dos órgãos de tubos na cidade do Porto, analisando estes objetos na sua relação com os espaços sacros, liturgia, encomenda, autoria e interação de vários ofícios na sua execução. Cláudia Costa Pires aborda as vertentes da materialidade e ornamentos dos objetos quinhentistas ditos de “luxo”, cruzando-os com as dinâmicas comerciais, sociais e culturais próprias deste século. Sofia Paiva segue o mesmo propósito aplicado ao caso específico dos troféus desportivos, um campo completamente esquecido da arte da ourivesaria, mas portador de memórias e valores simbólicos incontornáveis. José Carlos Amorim estuda o percurso de vida dos objetos, desde a sua aquisição no âmbito do colecionismo novecentista à exposição museológica e consequente conquista de uma nova função. Dos espaços sacros aos contextos palacianos e burgueses, a natureza, usos e destinos tão diversos destes objetos suscitam reflexões muito necessárias a uma História da Arte atenta a novas metodologias e caminhos de atuação.

Nome dos intervenientes e respetivos títulos das comunicações:
Anastasia Sazontieva, FLUP, mestre – Testemunhas do Tempo. Órgãos de tubos existentes na cidade do Porto, dos finais do século XVII ao primeiro terço do XVIII

Cláudia Costa Pires, CITCEM/FLUP doutoranda (Orcid; Ciência ID: 6C19-15EA-5F23) – Objetos sumptuários em Portugal no século XVI

José Carlos Amorim, FLUP doutorando (Orcid-; Ciência ID:-) – ´Quanto à palavra museu, achava-a muito pesada. Para ele, o que criara era um Arquivo de Fragmentosde Arte…` Os desafios e as descobertas do estudo do Museu de Lamas e do modus operandi de um colecionador português do século XX.

Sofia Paiva, FLUP mestranda (Orcid-; Ciência ID:-) – A Taça Simpatia – Iogurte Lisboa: materialidade, ornamento e significado

Moderadores-comentadores da sessão:
Marisa Pereira Santos, CITCEM/FLUP (Orcid; Ciência ID: 6814-9E1A-79CC)
Laura Castro, Universidade Católica Portuguesa (Ciência ID: 1413-F277-6D98)

Programa